Um roteiro de novela não iria prever tantos capítulos. Nem mesmo a virada do ano foi suficiente para deixar no passado os entreveros envolvendo a administração municipal e os médicos da rede municipal. No centro da complicada relação estão aspectos como a remuneração dos profissionais e o investimento nos equipamentos de saúde.
O mais recente capítulo diz respeito ao pagamento dos salários, que há algum tempo já não ocorre até o quinto dia útil e também ao atraso no pagamento do décimo terceiro salário. Após reivindicação do sindicato da categoria, a administração municipal sinalizou com um cronograma que prevê a regularização da situação até a primeira quinzena de fevereiro.
O presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Silvio Rodrigues, lembra que o pagamento do salário tem ocorrido no dia 20 de cada mês e informa que, caso a situação não seja regularizada, não está descartada a possibilidade de acionar judicialmente a administração municipal.
TERMO DE COMPROMISSO - Além dos atrasos no pagamento dos salários, ainda conforme o presidente do Simepe, a prefeitura de Petrolina não está cumprindo o que ficou determinado no Termo de Compromisso assinado em junho de 2009.
“A única coisa que foi cumprida foi a questão salarial, mas a gente não vai se basear só na questão de salário. A situação do Hospital de Traumas não está muito favorável em relação ao número de leitos na emergência; em relação as unidades de saúde da família, só reformou uma, as outras unidades de saúde da família estão em condições precárias e o principal da gente é o concurso público que não foi feito”, avalia.
Secretaria de Saúde diz estar cumprindo suas obrigações
Em resposta aos questionamentos feitos pelo Gazzeta, a Secretaria de Saúde (SMS), esclareceu que não houve escalonamento dos salários dos médicos, e sim apenas do 13º salário, que foi dividido em quatro parcelas, devido às dificuldades financeiras vivenciadas pela Secretaria de Saúde.
Ao que se refere ao dia do pagamento dos salários dos profissionais, a Secretaria reafirma que assim como já foi discutido em reuniões anteriores, com a participação de representantes do município e do Simepe, o município não dispõe de recursos financeiros próprios suficientes para efetuar o pagamento integral da folha de pagamento de todos os funcionários até o 5º dia útil do mês.
Sobre o Termo de Conduta assinado em 2009, a secretaria esclarece que “não há um descumprimento”, acrescentando que o município “passa por alguns percalços” e não tem conseguido realizar algumas ações previstas no termo com a agilidade esperada pelas entidades médicas.
Fonte: Jornal Gazzeta |